sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Será que Nicolau Saião andou por cá quando escreveu este poema?

Elogio do Cretino (excerto)

Numa recepção de Estado, no salão duma autarquia,
numa cerimónia de homenagem a um que nada fez mas morreu tarde
ou demasiado cedo, co’os diabos do talento
seja na capital ou na feliz província
a presença de cretinos é uma jóia sem preço:
são os que convictamente
mais aplaudem, sem maldade
nem cálculo traiçoeiro
ou gritam apoiado
criando felicidade
no elenco inteiro
ou mais valia, nas forças vivas da cidade.
(E em geral,
por ironia do destino
o orador habitual
é que costuma ser, por sinal
o maior cretino!)

Nicolão Saião (in “Poemas Omnívoros”)

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