sexta-feira, dezembro 12, 2008

Momento Chavez na Assembleia Legislativa Regional

Horta, 11 Dez (Lusa) - O presidente da Assembleia Legislativa dos Açores declarou hoje à noite como aprovado o Programa do Governo Regional, sem que o Parlamento votasse a proposta, contrariando o que era habitual.
Francisco Coelho justificou a aprovação tácita do Programa do Governo com o facto de, segundo o Regimento da Assembleia, não ter sido apresentada, até ao encerramento do debate, qualquer moção de aprovação ou de rejeição.
Segundo explicou, nestas circunstâncias, e de acordo com o artigo 153º do Regimento, o Programa do Governo pode ser automaticamente declarado como aprovado, sem que haja lugar a uma votação, ao contrário do que aconteceu nas legislaturas anteriores.
Uma decisão que deixou furiosos os líderes dos partidos da oposição (PSD, CDS/PP, Bloco de Esquerda, PCP e PPM), que já tinham anunciado durante o debate que iriam votar contra o documento.
António Marinho, da bancada do PSD, recorreu da interpretação do presidente da Assembleia, lembrando que, «pela primeira vez em 30 anos de Autonomia», não haveria lugar a votação do Programa do Governo mas o seu recurso foi chumbado pela maioria socialista.
Também Artur Lima, do CDS/PP, apelou ao «bom senso» e à «formação democrática» do Parlamento, considerando «lamentável» que a maioria socialista não tenha tido «respeito pelos costumes».
Sem pôr em causa a legitimidade da interpretação jurídica de Francisco Coelho, também Aníbal Pires, do PCP, lamentou «profundamente» o que se passou no final do debate do Programa do Governo.
Mais crítico foi Paulo Estevão, do PPM, que acusou Carlos César de ser «um presidente sem legitimidade»,
e Zuraida Soares, do Bloco de Esquerda, que rematou a discussão com um simples: «mais palavras para quê: é o PS no seu pior!»
Entendimento diferente tem Hernâni Jorge, da bancada da maioria socialista, que aplaudiu a decisão de Francisco Coelho, elogiando-o porque «finalmente se cumpriu o Regimento».

5 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem que temos pessoas honestas como o sr Dr para denunciar estes casos.

Anónimo disse...

Exactamente, assim o faz também como deputado da assembleia da câmara...no momento chave também dá à cabeça.
Neste blog,nota-se o partidarismo do autor e muito bem só denúncia as situações da rosa e tanta quinta com laranja por apanhar!!!

Anónimo disse...

Cada um que faça o seu trabalho não é???

q disse...

Perante um cenário generalizado de falsidade, hipocrisia e mentira, em alguns casos de corrupção e incompetência, que se vai vivendo e vendo todos os dias ao nível da política, parece-me pertinente recordar e recuperar o sábio axioma de Eça de Queirós: «Os políticos são como as fraldas: têm de ser mudados frequentemente pelos mesmos motivos».
Por isso, para que as actividades dos “ilustres” não dêem naquilo que resta para as fraldas dos bebés depois da digestão, é necessário uma política preventiva. Esta pode ter duas formas: primeiro, que os mesmos “ilustres” se dêem conta disso e se antecipem ou, então, que o Povo os ajude a dar conta da imundície.
Sabendo que a verdade queirosiana ainda perdura, convém que os eleitores digam a palavra importante que têm em todo este processo.
Se um qualquer desses candidatos teima em “empoleirar-se” – apesar de, com a obra feita, ir contribuindo para aumentar a carga das empresas que trabalham ao nível do saneamento e esgotos –, convém que o Povo recorde outra verdade: em democracia, o Povo é quem mais ordena!
Não duvido que, para bem de muitos, seja necessário “desempoleirar” alguns políticos.
E voltando à analogia inicial, recordemos que os bebés não escolhem se querem estar com fralda ou sem ela. Assim, também os políticos não se auto-elegem. Precisam de votos. Daí que, se é necessário os pais mudarem as fraldas aos filhos recém-nascidos, também é necessário os eleitores mudarem alguns políticos.
Se assim for, não se correrá o risco de o “cheiro” se tornar insuportável.

q disse...

O panorama generalizado de falsidade, hipocrisia, incompetência, mediocridade e mentira, que se vai vivendo e vendo todos os dias ao nível político, leva-me a recordar o sapiente postulado de Eça de Queirós «Os políticos são como as fraldas: têm de ser mudados frequentemente pelos mesmos motivos». Esta mudança deve ocorrer de duas formas, ou que os mesmos, “ilustres políticos”, se dêem conta disso e se antecipem, ou então, que o Povo os ajude a dar conta da imundície. A terceira via, por imposição legal, é contrária à minha forma de viver a democracia.
Em relação à primeira apenas seria possível se as pessoas estivessem na política com o intuito de servir a população, ora a maioria acaba por usá-la para se servir empregando, inúmeras vezes, jogadas sujas dentro e fora dos partidos para se continuar a eleger indefinidamente. Poucos são os que tem a noção da sua hora de retirada, agarrando-se com unhas e dentes ao poder que lhe resta. Quanto á segunda, está nas mãos da população pelo voto fazerem as suas escolhas, e esta muitas vezes o tem feito, dando consecutivas derrotas a políticos que se mantém candidatos à base do caciquismo interno que se vive nos partidos, que por via indirecta são eleitos e conseguem pulular pelos órgãos de poder.
Cabe então aos militantes de cada partido, já que vivemos numa democracia muito assente nestas organizações, traduzir internamente o sentimento geral das populações e promover a renovação que se impõe. Voltando à analogia inicial, se é necessário os pais mudarem as fraldas aos filhos recém-nascidos, também é necessário os partidos mudarem alguns políticos. Se assim for, não se correrá o risco de o “cheiro” se tornar insuportável.

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