terça-feira, fevereiro 14, 2012

Jornal O Dever de 16/02/2012

                                                               











O Grito - Edvard Munch




O candidato

O candidato do PS à Presidência do Governo Regional, Vasco Cordeiro, anunciou a criação, nos primeiros cem dias do seu Governo, de dois programas para reforço da produção regional e para aumentar a contratação de jovens pelas empresas açorianas. “Sendo o emprego jovem uma questão, verdadeiramente, essencial, estou em condições de assumir com os Açorianos o compromisso de, nos primeiros cem dias do Governo do Partido Socialista, apresentar um programa de incentivos à contratação de jovens”, afirmou Vasco Cordeiro.

Esta espantosa pérola política, retirada do site do Partido Socialista, ao qual Vasco Cordeiro não preside, é verdadeiramente inenarrável. Então o Secretário Regional da Economia tem mais quase trezentos dias para estar no governo, para além dos que já esteve, o Partido Socialista está há mais de cinco mil, e diz que resolverá o problema dos jovens nos primeiros cem de um hipotético novo governo. Haja decência, sensibilidade e bom senso. Vasco Cordeiro não tem qualquer capacidade para mudar o que quer que seja, basta ver o esbanjamento de recursos em jantares-comício, numa altura em que falta comida nas mesas dos açorianos.

Vasco Cordeiro, se quisesse, pudesse ou soubesse, podia tomar medidas concretas ou já as ter tomado, para inverter este ciclo de crise económica, de aumento exponencial do desemprego, de onde resultam problemas trágicos para a maioria das famílias açorianas. Vasco Cordeiro está no governo neste momento, faz parte dele há vários anos, tem uma pasta fundamental como é a da Economia, é o candidato do partido que têm a maioria na Assembleia Legislativa dos Açores, embora eleito à revelia dos militantes. Vasco Cordeiro não tem a capacidade de mudar o que quer que seja. Porque Vasco Cordeiro fez e faz parte do governo que nos trouxe a esta conjuntura de crise em que estamos e apresentar-se-á ao eleitorado ferido de legitimidade interna para ser visto como o candidato dos socialistas à presidência do Governo Regional.

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